PIS/COFINS – CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE O FATURAMENTO – BASE DE CÁLCULO

  1. FATURAMENTO E RECEITA BRUTA

As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, têm como base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins o valor do faturamento, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas, independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das receitas.

1.1. OPERAÇÕES REALIZADAS EM MERCADOS FUTUROS

Nas operações realizadas em mercados futuros, considera-se receita bruta o resultado positivo dos ajustes diários ocorridos no mês.

1.2. OPERAÇÕES DE CÂMBIO

Nas operações de câmbio, realizadas por instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil:

I – considera-se receita bruta a diferença positiva entre o preço da venda e o preço da compra da moeda estrangeira; e

II – a diferença negativa não poderá ser utilizada para a dedução da base de cálculo destas contribuições.

1.3. AQUISIÇÕES DE DIREITOS CREDITÓRIOS

Nas aquisições de direitos creditórios, resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços, efetuadas por empresas de fomento comercial (Factoring), a receita bruta corresponde à diferença verificada entre o valor de aquisição e o valor de face do título ou direito creditório adquirido.

1.4. COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES

A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores deve apurar o valor da base de cálculo nas operações de venda de veículos usados adquiridos para revenda, inclusive quando recebidos como parte do pagamento do preço de venda de veículos novos ou usados, segundo o regime aplicável às operações de consignação.

1.4.1. BASE DE CÁLCULO

Na determinação da base de cálculo de que trata o item 1.4, será computada a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da nota fiscal de entrada.

O custo de aquisição de veículo usado, nas operaçõe, é o preço ajustado entre as partes.

  1. FUNDO DE COMPESAÇÃO TARIFÁRIA

O valor auferido de fundo de compensação tarifária, criado ou aprovado pelo Poder Público Concedente ou Permissório, integra a receita bruta das empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público de transporte urbano de passageiros.

  1. IMPORTAÇÃO

Na hipótese de importação efetuada por pessoa jurídica importadora, por conta e ordem de terceiros, a receita bruta para efeito de incidência das contribuições corresponde ao valor (Medida Provisória n° 2.158-35, de 2001, art. 81, e Medida Provisória n° 66, de 29 de agosto de 2002, art. 29):

I – dos serviços prestados ao adquirente, na hipótese da pessoa jurídica importadora contratada; e

II – da receita auferida com a comercialização da mercadoria importada, na hipótese do adquirente por encomenda.

3.1. DEFINIÇÕES NA INPORTAÇÃO

I – entende-se por importador por conta e ordem de terceiros a pessoa jurídica que promover, em seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadoria adquirida por outra, em razão de contrato previamente firmado, que poderá compreender, ainda, a prestação de outros serviços relacionados com a transação comercial, como a realização de cotação de preços e a intermediação comercial;

II – entende-se por adquirente a pessoa jurídica encomendante da mercadoria importada; e

III – a operação de comércio exterior realizada mediante a utilização de recursos de terceiros presume-se por conta e ordem destes.

As normas de incidência, inclusive nas hipóteses de alíquotas diferenciadas, aplicáveis à receita bruta de importador, aplicar-se-ão à receita bruta do adquirente, decorrente da venda de mercadoria importada.

  1. VARIAÇÕES MONETÁRIAS – CRÉDITO – OBRIGAÇÕES

As variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função de taxa de câmbio, ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual, são consideradas, para efeitos da incidência das contribuições, como receitas financeiras.

As variações monetárias em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo das contribuições, quando da liquidação da correspondente operação.

À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas na determinação da base de cálculo das contribuições segundo o regime de competência. Essa opção, será aplicada a todo o ano-calendário.

A alteração no critério de reconhecimento das receitas de variação monetária deverá observar normas a serem expedidas pela Secretaria da Receita Federal – SRF.

  1. LUCRO PRESUMIDO

As pessoas jurídicas optantes pelo regime de tributação do Imposto de Renda com base no lucro presumido poderão adotar o regime de caixa para fins da incidência do PIS/Pasep e da Cofins.

A adoção do regime de caixa, está condicionada à utilização do mesmo critério em relação ao Imposto de Renda e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

  1. CONSTRUÇÃO POR EMPREITADA OU FORNECIMENTO A PREÇO PREDETERMINADO DE BENS OU SERVIÇOS

No caso de construção por empreitada ou de fornecimento a preço predeterminado de bens ou serviços à pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou suas subsidiárias, a pessoa jurídica contratada, ou subcontratada, que diferir o pagamento das contribuiçõe, incluirá o valor das parcelas na base de cálculo do mês do seu efetivo recebimento.

  1. LOTEAMENTO DE TERRENOS

Na hipótese de atividade imobiliária relativa a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem assim a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda, a receita bruta corresponde ao valor efetivamente recebido pela venda da unidade imobiliária, de acordo com o regime de reconhecimento de receitas previsto, para o caso, pela legislação do Imposto de Renda.

Isso alcança também o valor dos juros e das variações monetárias, em função da taxa de câmbio ou de índice ou coeficiente aplicáveis por disposição legal ou contratual, que venham a integrar os valores efetivamente recebidos pela venda de unidades imobiliárias.

  1. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO

Na apuração da base de cálculo de que trata este capítulo, não integram a receita bruta:

I – do doador ou patrocinador, o valor das receitas correspondentes a doações e patrocínios, realizados sob a forma de prestação de serviços ou de fornecimento de material de consumo para projetos culturais, amparados pela Lei n° 8.313, de 23 de dezembro de 1991, computado a preço de mercado para fins de dedução do imposto de renda; e

II – a contrapartida do aumento do ativo da pessoa jurídica, em decorrência da atualização do valor dos estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos, tanto em virtude do registro no estoque de crias nascidas no período, como pela avaliação do estoque a preço de mercado.

  1. NÃO INTEGRAM A BASE DE CÁLCULO

Não integram a base de cálculo do PIS/Pasep, as receitas:

I – isentas da contribuição ou sujeitas a alíquota zero;

II – decorrentes da venda de bens do ativo imobilizado;

III – auferidas pela pessoa jurídica substituída, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; e

IV – de venda dos produtos de que tratam as Leis n° 9.990, de 2000, n° 10.147, de 21 de dezembro de 2000; alterada pela Lei n° 10.548, de 13 de novembro de 2002; e n° 10.485, de 2002, ou quaisquer outras receitas submetidas à incidência monofásica da contribuição para o PIS/Pasep.

  1. BASE DE CÁLCULO – FABRICANTES E IMPORTADORAS

A base de cálculo das pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tipi, fica reduzida:

I – em 30,2% (trinta inteiros e dois décimos por cento), no caso da venda de caminhões chassi com carga útil igual ou superior a 1.800 kg e caminhão monobloco com carga útil igual ou superior a 1.500 kg, classificados na posição 87.04 da Tipi, observadas as especificações estabelecidas pela SRF; e

II – em 48,1% (quarenta e oito inteiros e um décimo por cento), no caso de venda de produtos classificados nos seguintes códigos da Tipi: 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 8702.10.00 Ex 02, 8702.90.90 Ex 02, 8704.10.00, 87.05 e 8706.00.10 Ex 01 (somente os destinados aos produtos classificados nos Ex 02 dos códigos 8702.10.00 e 8702.90.90).

Aplica-se, inclusive, à empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da industrialização por encomenda, equiparada a industrial na forma do § 5° do art. 17 da Medida Provisória n° 2.189-49, de 23 de agosto de 2001.

  1. MERCADO ATACADISTA DE ENERGIA ELÉTRICA – MAE

 Na apuração da base de cálculo, as pessoas jurídicas integrantes do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE), instituído pela Lei n° 10.433, de 24 de abril de 2002, optantes pelo regime especial de tributação de que trata o art. 32 da Medida Provisória n° 66, de 2002, devem considerar como receita bruta, nas operações de compra e venda de energia elétrica realizadas na forma da regulamentação prevista no art. 14 da Lei n° 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação dada pelo art. 5° da Lei n° 10.433, de 24 de abril de 2002, os resultados positivos apurados mensalmente.

As operações de compra e venda, são aquelas realizadas a preços regulamentados, conforme a Convenção e as Regras de Mercado.

  1. AVALIAÇÃO DE TÍTULOS, VALORES MOBILIÁRIOS, DERIVATIVOS, HEDGE

A receita decorrente da avaliação de títulos e valores mobiliários, instrumentos financeiros derivativos e itens objeto de hedge, registrada pelas instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), em decorrência da valoração a preço de mercado no que exceder ao rendimento produzido até a referida data, somente será computada na base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins quando da alienação dos respectivos ativos.

Considera-se alienação qualquer forma de transmissão da propriedade, bem assim a liquidação, o resgate e a cessão dos referidos títulos e valores mobiliários, instrumentos financeiros derivativos e itens objeto de hedge.

Fundamentação Legal: Decreto n° 4.524, de 17 de deembro de 2002, arts. 10 a 19 e outros já destacados no texto.